TÉCNICA DUPLA PODA – BRASIL

O vinho é uma bebida versátil e atemporal, capaz de enriquecer qualquer momento. Seja para relaxar após um dia longo, celebrar conquistas com amigos e familiares, ou complementar uma experiência gastronômica, ele se adapta perfeitamente às mais diversas ocasiões. 

Sua ampla variedade de estilos – tintos, brancos, rosés e espumantes – permite combinações que agradam todos os paladares, além de realçar sabores e texturas de pratos culinários. Mais do que uma bebida, o vinho é um convite à apreciação dos sentidos e à convivência, proporcionando momentos de prazer e conexão.

A dupla poda, ou poda invertida, é uma técnica revolucionária desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais. Seu principal objetivo é permitir a produção de uvas viníferas no Sudeste brasileiro, região caracterizada por verões chuvosos e invernos secos.

COMO FUNCIONA A DUPLA PODA

Primeira poda (poda de formação): Realizada no início do verão, para estimular o crescimento vegetativo da planta.

Segunda poda (poda de produção): Feita no final do verão ou início do outono, para que a frutificação ocorra no inverno, quando há menos chuvas e maior amplitude térmica.

Essa inversão do ciclo natural das videiras possibilita que as uvas amadureçam em condições ideais, garantindo maior concentração de açúcar e compostos aromáticos.

como fazer a dupla poda

BENEFÍCIOS DA DUPLA PODA

  • Qualidade superior das uvas.
  • Redução do impacto das chuvas no período de colheita.
  • Expansão da viticultura para regiões antes consideradas inadequadas.
  • Impacto no mercado brasileiro de vinhos

Graças à técnica da dupla poda, estados como Minas Gerais, São Paulo e Goiás têm produzido vinhos premiados. 

Isso está diversificando o mapa vitivinícola brasileiro e consolidando o país como um importante player no mercado internacional de vinhos.

A HISTÓRIA DA VINÍCOLA MIOLO
PIONEIRISMO NO VALE DOS VINHEDOS

A Vinícola Miolo é uma das mais renomadas do Brasil e desempenhou um papel fundamental na consolidação da vitivinicultura nacional. 

Fundada oficialmente em 1989, a história da Miolo remonta ao final do século XIX, quando Giuseppe Miolo, um imigrante italiano, chegou ao Brasil em 1897. 

Ele se estabeleceu na região do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, trazendo consigo a paixão pela viticultura.

AS RAÍZES DE UMA TRADIÇÃO

Giuseppe Miolo adquiriu terras na região e, no ano de 1897, plantou as primeiras vinhas de uvas finas, como Merlot e Tannat.

Por décadas, a família Miolo produziu vinhos de forma artesanal, utilizando técnicas tradicionais trazidas da Itália.

Foi apenas na década de 1980 que o potencial comercial dessas terras começou a ser explorado de maneira mais estruturada.

Em 1989, Darci Miolo, um dos descendentes de Giuseppe, fundou a Vinícola Miolo, marcando o início de um novo capítulo na história da empresa.

CRESCIMENTO E RECONHECIMENTO

A partir da fundação, a Miolo investiu fortemente em tecnologia e expertise para competir com vinhos de qualidade internacional.

Nos anos 1990, a vinícola começou a ganhar destaque nacional e internacional, conquistando prêmios e selos de qualidade.

Entre os marcos mais importantes, destaca-se a criação do famoso vinho Miolo Lote 43, uma homenagem à área de terra adquirida por Giuseppe Miolo em 1897.

Este vinho se tornou símbolo do legado da vinícola, sendo uma combinação de uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, com envelhecimento em barricas de carvalho.

INOVAÇÃO E EXPANSÃO

Além de sua atuação no Vale dos Vinhedos, a Miolo expandiu suas operações para outras regiões do Brasil, como a Campanha Gaúcha, o Vale do São Francisco (na Bahia) e a Serra do Sudeste.

Essa diversificação permitiu à vinícola explorar diferentes terroirs brasileiros, produzindo vinhos únicos que refletem as características de cada região.

Um destaque nessa expansão é a produção de espumantes, que colocou o Brasil no mapa mundial dessa categoria.

A Miolo é hoje uma das líderes no mercado de espumantes, utilizando o método tradicional (champenoise) em muitas de suas criações.

OS PRINCIPAIS TIPOS DE UVAS E SEU CULTIVO NO BRASIL

O Brasil possui uma diversidade de regiões vitivinícolas que permitem o cultivo de diferentes variedades de uvas.

Apesar de ser um país tropical, técnicas avançadas e terroirs específicos possibilitaram a adaptação de uvas tanto para vinhos finos quanto para consumo in natura.

Abaixo, exploramos algumas das principais uvas cultivadas no Brasil e suas características.

1. Cabernet Sauvignon

Origem: França (Bordeaux)

Características: Considerada a “rainha das tintas”, essa uva produz vinhos encorpados, com aromas de frutas negras como ameixa e cassis, além de notas de especiarias e carvalho (quando envelhecidos).

Cultivo no Brasil: Predomina no Rio Grande do Sul, especialmente na Serra Gaúcha e na Campanha Gaúcha. O clima mais frio dessas regiões permite que a Cabernet Sauvignon desenvolva seus taninos característicos e boa acidez.

cabernet uva

2. Merlot

Origem: França (Bordeaux)

Características: Produz vinhos elegantes, com corpo médio, taninos macios e aromas de frutas vermelhas, como cerejas e morangos.

Cultivo no Brasil: É a uva emblemática do Vale dos Vinhedos. O terroir dessa região proporciona à Merlot equilíbrio e complexidade, sendo amplamente usada em vinhos varietais e blends.

uva merlot

3. Tannat

Origem: França (Madiran) e Uruguai (atualmente uma uva símbolo deste país)

Características: Produz vinhos de cor intensa, com taninos firmes e aromas de ameixa, mirtilo e notas defumadas.

Cultivo no Brasil: Na Campanha Gaúcha, a Tannat tem se destacado pela boa adaptação ao clima seco da região. Vinhos dessa uva no Brasil possuem taninos mais redondos em comparação aos produzidos em outros países.

tanat

4. Chardonnay

Origem: França (Borgonha)

Características: É a uva branca mais versátil, utilizada tanto para vinhos tranquilos quanto para espumantes. Apresenta aromas de frutas cítricas, maçã verde e notas amanteigadas em vinhos envelhecidos.

Cultivo no Brasil: A Chardonnay é amplamente cultivada na Serra Gaúcha e no Vale do São Francisco (Nordeste). Enquanto na Serra Gaúcha os vinhos têm maior frescor e acidez, no Vale do São Francisco, a uva gera vinhos mais tropicais devido ao calor.

chardonnay

5. Moscato

Características: Produz vinhos leves, aromáticos e adocicados, com notas de flores, mel e frutas tropicais.

Cultivo no Brasil: Principalmente na Serra Gaúcha, onde é usada na produção de vinhos tranquilos e espumantes moscatéis, muito apreciados pelo público brasileiro.

Moscato uva

6. Syrah (ou Shiraz)

Origem: França (Vale do Rhône)

Características: Gera vinhos robustos, com aromas de frutas negras, pimenta-do-reino e notas de chocolate ou defumado em versões envelhecidas.

Cultivo no Brasil: No Vale do São Francisco, a Syrah tem se destacado devido ao clima quente da região, produzindo vinhos frutados e intensos.

sirah

7. Pinot Noir

Origem: França (Borgonha)

Características: Produz vinhos delicados, com corpo leve a médio, taninos sutis e aromas de cerejas, morangos e notas terrosas.

Cultivo no Brasil: Cultivada em regiões de clima frio, como os Campos de Cima da Serra (RS) e a Serra Catarinense, onde se destacam vinhos elegantes e frescos.

8. Uvas Americanas e Híbridas

a)       Isabel: Utilizada para sucos e vinhos de mesa, com aromas simples de frutas vermelhas.

uva isabel
  1. Niágara: Popular no consumo in natura, com sabor adocicado e aroma floral.
  1. BRS Violeta: Desenvolvida pela Embrapa, é amplamente usada na produção de sucos e vinhos jovens.
uvas violeta

O vinho é muito mais do que uma bebida: é um convite à celebração da vida. Versátil e sofisticado, ele se adapta a todas as ocasiões, tornando-as ainda mais memoráveis.

Seja em um momento introspectivo, uma reunião calorosa ou uma refeição bem elaborada, o vinho proporciona prazer, conexão e uma experiência única aos sentidos.

Afinal, como dizem, “uma taça de vinho é sempre uma boa ideia”.

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