Após concluir o serviço militar obrigatório entre 1978 e 1979, vivi um período de indefinição profissional. Residente no Jardim São Paulo, em Sorocaba, desde o início de 1976, iniciei o ano de 1980 em busca de uma oportunidade de trabalho.
Eu e meu amigo Marcão (Marco Antonio Pinto, já falecido) percorríamos diversas empresas, entregando currículos na esperança de uma colocação, mas sem sucesso até então.
Foi nesse cenário que surgiu a oportunidade do Censo 1980. Ouvimos falar que o trabalho de recenseador ofereceria uma remuneração atrativa: o pagamento seria por domicílio visitado, e como cada recenseador visitaria centenas de casas, havia uma expectativa de ganho expressivo.
Inscrevemo-nos para o concurso e, no dia da prova, o movimento foi tão intenso que a empresa de ônibus VIMA (Viação Manchester) precisou reforçar sua frota com ônibus extras para atender a demanda. Recordo que praticamente todos os meus amigos e até seus pais participaram.
Não houve edital, tampouco informações sobre o conteúdo da prova. Ao iniciar o exame, percebi que se tratava de um teste de raciocínio lógico.
No dia 7 de agosto de 1980, foi divulgada a lista de aprovados, com a identificação apenas pelos números de inscrição. Meu número constava na relação e guardo até hoje o recorte do jornal que noticiou a aprovação.
Atuei na área do Jardim dos Estados e, como finalizei rapidamente, consegui pegar uma nova área na zona rural, nas imediações da Estrada Sorocaba–Iperó. Para auxiliar na localização dos endereços rurais, contei com o apoio do pai do Marcão, que conhecia bem a região por ter residido por lá anteriormente.